O espelho das águas

O espelho das águas, o espelho das águas marinhas, verdes, azuis, cinzas, e cristalino os olhos da verdade. Nem sempre cor-de-rosa, a verdade e carmica nesta beira de praia, nesta onda de revolta. Parto de um principia, todos os homens estão aqui num só homem, há intenção de possuir a alma humana e o espírito material das coisas daria a este homem, o poder de temer.
Qualquer homem teme a sua insuficiência. Por isso, sua noção de justiça é vaga, e quase nula. Desta sobra de justiça, a de perder algo pelo valor da coisa, e é de onde se valem todas as túnicas e todos os preceitos morais.
O espelho das águas mostra ou indica aquilo que emerge, aquilo que vem do fundo, exposição de um modo, maneirismo das formas, transformações que estão longe de acarretar uma mudança de pensamento.
O espelho das águas devolve a mesma medida, o homem pelo homem. Chegamos à praça da justiça, e tudo não passa de uma mesma cicatriz. Uma mesma cicatriz para todos os crimes, castigos, penas..
Seqüelas morais desta insuficiência humana, deste assombro que reveste todas as armaduras indefensáveis do poder de mando. Como se o homem poderoso pudesse viver dentro do homem humano. O homem poderoso não sobrevive ao humano, pela simples razão de sua condição mortal.
Valha-me DEUS, por que meios e tendo em vista seus fins, a justiça passa então incólume, como todos os crimes contra a humanidade...



Denise França.

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