AO REDOR DO CADINHO DA BROCHURA

As mãos dele seguram e contornam minha cintura... Ele me procura com os olhos e me traz pra si na imaginação. Eu não consigo ir embora, desocupando o coração. Arre, eu sei e sinto, meu coração escuto, a emoção nele e o pensamento dele não me deixam folga.
Ele me traz pra si na imaginação... Como se eu fosse possível, e recuperasse não sei o que do passado, se pudesse ser um sonho descrito, suspenso como um lençol no ar, cobrindo a fantasia, dando forma.
Meu coração sabe a direção do pensamento dele. Uma estrada certa, estrada seguida, dos dois lados estrada de terra, histórica, onde passam os meninos descalços. Um olho enxerga e coloca esse vaso, concreto, envolvendo o centro da mesa, sentimento, o olhar procura aonde quero, chega ate ele. Ali você me pressente.
Meu querido amor, a curva da estrada de terra, o chão todo abraçado na relva da primavera. Vossa mercê sabe das excelências dessa vida, desde o nascimento ate o desvio inesperado, fundo abismo sem ponte.
Meu querido, a vida não te deu folga, nem domingo. Quase deixou a namorada esperando no portão para sempre. Qualquer dia ela sou eu, você sabe, meu amor. A gente também tem retorno. Lembrança sofrida do quase perdido, volta, faz apelo, quer que a emoção devolva o todo quente do beijo abraço, do sorriso, o corpo da vida.
Estamos aqui, outra vez, você sabe, nós dois, havia fim, havendo começo, da pra ser historia de um romance. A vida precisada de certas novidades, onde tudo quase escorre em mesmice, em rotina, em depressão. Vamos fazendo amor, e a forma um dia aparece, o rosto mesmo surge, um nosso jeito de amar, de passar por aqui de mãos dadas. A nossa cortina da janela...
Destino e resultado. Um mais um não são dois, não fazem dois, meu amor. Depois, querido, onde há entrega, na feitura do amor, a gente se larga, se deixa, para o outro ficar, outro modo de ser.
Essa parte abriga duas extremidades, a função e o sentido desse encontro entre um homem e uma mulher. Como quando se guarda a fronteira de um pais, um pe aqui, outro acolá, um só caminho revela. Sair e entrar, passando pela margem, e escolher voltar. Voltar de outro jeito, imagine, amor, onde fica aquilo que descobrimos de nós mesmos pelas mãos de cada qual...
O desejo de ter esse momento firmado. Nossa mãe de DEUS!, como você fica mais gostoso na minha vontade e na minha intenção.
Eu te amo tanto, tanto tanto...



DENISE FRANCA.

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