OBSERVAÇÃO - DENISE FRANÇA

Curitiba, 28 de julho de 2012.

LEITURA DO TEXTO DO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE, "INDIVIDUALISMO", e  MINHA OBSERVAÇÃO A RESPEITO DESTE TEXTO.



Boa noite Doutor Flavio Gikovate. A noite torna-se mais bela quando escutamos palavras assim.  Tenho 48 anos de idade, e uma experiência de vida bem complexa e ampla. Procuro conhecer todo o tipo de pessoas, e realidades. A arte faz parte da minha vida desde sempre, musica, pintura, teatro, cinema, etc e tal.  Eu escuto muitas pessoas.... Realmente as escuto. Com meus 16 anos de idade, já estudava por vontade própria, psicologia, literatura, filosofia, línguas, e depois a psicanálise me encantou... Imagino que o senhor saiba o verdadeiro significado desta palavra: saber. O saber e o conhecimento são coisas diferentes. E eu entendo perfeitamente o teor da palavra “individualista”, como o senhor a colocou. Na minha juventude eu era tímida, porém, buscava pessoas, convivi com escritores, poetas, músicos, aprendi muito. E também comecei a escrever bem cedo.  O senhor imagine, que nas aulas de química e física, matemática, eu ficava lendo embaixo da carteira, “Os pensadores”... hahahaha. Reprovei 3 vezes em química... Mas por um bom motivo... Nessa idade, tinha muitas dúvidas, angústias, ansiedade que provinham da direção que eu já tinha pra mim, e a direção que outras pessoas queriam dar a minha vida. As vezes isso se tornava simplesmente insuportável.... Mas, caríssimo doutor, em primeiro lugar, a honestidade que sempre busquei em relação a tudo que acreditava, em relação as pessoas, em relação a mim mesma. Não aprendi a mentir. Essa trajetória, me causou a princípio muitas dores, porque eu era realmente uma menina diferente das demais....  As bonecas e o casamento não me interessavam... O amor, sim. O relacionamento humano, sobretudo.
Entrei para a Faculdade de Psicologia, e comecei a estudar. Nenhuma novidade, porque eu já havia estudado tudo aquilo ali. Mas o que me chamava a atenção e me deixava entediada era esta grande distância entre o conhecimento e a vida. E eu observava que os alunos aprendiam e escutavam e aprendiam, mas não traziam isso verdadeiramente para a sua vida pessoal...  Algumas pessoas eram como eu, e dava para sentir essa empatia. Nesta mesma época, comecei o estudo da psicanálise, a princípio por conta própria, depois, tive o acaso de conhecer uma psicanalista que me convidou para fazer análise com um amigo seu: Doutor Helvídio de Castro Velloso Netto. Um dos melhores... E, eu fui passar pela experiência de análise no divã. Longos anos. E, o senhor acredite, nunca faltei uma sessão. O Velloso gostava muito do que eu escrevia, e gostava sobremaneira da minha pessoa. Jamais deixei de avaliar os meus “sintomas”, ou fugir da vida. Fui até o fim, e paguei o preço. Os dois preços, o real, que não é barato, e um outro, mais caro do que tudo. O preço da verdade e da ética e da honestidade. Tal foi o preço, que em um momento da minha vida, corri o risco de morte, de fato. Por implicações de terceiros...
E assim foi.... O senhor, Flávio Gikovate, eu o “conheço” de longa data. Leio seus textos há muito tempo. Não sei porque, a minha intuição fez com que me aproximasse mais através do seu site, e da internet. Em nenhum momento eu faço a leitura dos seus textos como alguém que procura análise, ou terapia, ou coisa do tipo.  A vida felizmente, me deu suporte pra tudo...  Venha o que vier, estou aqui. Não tem outro jeito, a vida é assim. Mas, a leitura que faço do senhor, de tudo o que escreve é uma leitura do sujeito mesmo, aquele que dá significado ao seu trabalho, que leva a sério, leva á sério as pessoas, acredita na transformação, e principalmente, não se deixa ser tragado pelo status, fama, e essas coisas que eu venho observando na conduta de muitos psiquiatras, psicanalista, e psis da vida. Eu acredito na leitura que faço do senhor, e esta leitura é feita com todo o respeito, o que inclusive me deu vontade de escrever a respeito... Mas, eu fiz isso de outra forma.
Escrevi a respeito do que percebo em seu trabalho de uma maneira mais ousada, porém, não sem respeito. Produzi textos, que eu chamo de “A COMPOSIÇÃO DO BEIJO”, imaginando como é a sua vida, e como um homem se relaciona com uma mulher. Essa figura  homem-mulher, para implicar a diferença que faz com que nós produzamos alguma coisa nova na vida.
Os homens na minha vida foram sobremaneira importantíssimos, grandes amizades...  O mesmo não foi possível com as mulheres. Mas tenho amigas verdadeiras também.
Entendo perfeitamente quando o senhor coloca a questão da generosidade e do egoísmo, porque eu me debati muito com isso através da minha experiência de vida, e na observação das pessoas, no relacionamento humano. É assim mesmo. As coisas acontecem assim, na vida.
Existe  mais além disso, outra coisa, mas isso eu vou deixar para depois, farei esta colocação com mais tempo, e maior inspiração.
Continuo lendo o que o senhor escreve, e desejo sucesso, e continue, não se aposente, não. Continue até o fim.
Um grande abraço.

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