A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (18) - DENISE FRANÇA

Curitiba, 22 de julho de 2012.

"ENSAIO DE LUZES" (FICÇÃO): TEXTO DEDICADO AO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE

INSPIRAÇÃO DÉCIMA OITAVA: AZUL ESCURO

Hoje domingo, no fundo deste céu, as estrelas se tornaram clarividentes... Fazem duas semanas que sinto esta emoção maior, a presença dele em mim.
Tenho a necessidade de ficar quieta, em calmaria, para senti-lo comigo. Fecho meus olhos e reabro novamente, suas mãos estão me tocando suavemente. O único direito que o amor nos dá, é esse pertencimento ao outro, suave e quase febril que chega, mansamente nos invade, e sabemos, sabemos que o o outro está conosco..., habitando esse mesmo espaço.
Infelizmente as pessoas confundem este momento com a sobre estimação da pessoa amada e a necessidade de tê-la sofregamente ao lado.
Eu não sou assim. Sinto a presença dele, abro este espaço na quietude do meu ser, e uma onda de quentura me invade, e isso me permite criar, produzir, agradecer. Sobretudo agradecer.
Gikovate percorria com suas mãos, o bico dos meus seios,  minhas paragens começavam a produzir a essência de mim mesma, o gozo, a vida, a alegria, minha natureza de mulher...
Quando o homem amado me toca, a minha essência se declara, é evocada, e a manifestação de tudo o que sou converge para o meu corpo, e o contorno das emoções, sensações e sentimentos se expandem, e se unem ao espírito, universo. A isso eu chamo INSPIRAÇÃO.
Esta ALQUIMIA que nos proporciona o amor, é ma-ra-vi-lho-sa. Mas são poucas as pessoas que a vivem e se permitem.
Eu distingo tudo isso em mim não como propriedade, mas como fonte, elo, aliança. E tudo isso se quebra quando transformamos em objeto, e esquecemos o espírito desta manifestação. Infelizmente é o que fazem todos os dias.
O amor entre duas pessoas é uma revelação de um novo estado, só isso. E tudo isso. Cabe as pessoas cuidarem deste estado e movimentarem estre processo em benefício do humano, a sensibilidade humana e tudo o que ressurge, parte deste momento.
Um ato de criação, transformação.
O sentimento se verifica em nossa vida no dia a dia, em razão da convivência, em razão da vida, mas isso não nos permite fazer deste sentimento ou daquela pessoa, que acreditamos por um EFEITO qualquer imaginário, propriedade nossa, razão para a nossa vida, responsável por nossos atos.
Muitas e muitas vezes, pessoas deprimidas, ou acusando o outro de ser a causa do sofrimento, pela vida afora e chamando isso de AMOR.
COITADO DO AMOR, O AMOR NÃO É ISSO!!!
Não golpeiem o amor com a falta de coragem para viver, pra transformar, pra enxergar....E sobretudo com esse menosprezo à vida, e subestimando a nossa inteligência....










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