A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (08) - DENISE FRANÇA

Curitiba, 17 de junho de 2012.

"ENSAIO DE LUZES" (FICÇÃO): TEXTO DEDICADO AO POETA E PSICANALISTA, FLÁVIO GIKOVATE.

(aonde estávamos?!  hahahahaha. acabei de chegar de um encontro com um amigo poeta e escritor, MARTINS DAGOSTIM.... hahahahaha.....):))

INSPIRAÇÃO OITAVA: OLIVA

Tá rindo do que?! Perguntei a Gikovate do que estava sorrindo. Não era um sorriso, era uma gargalhada mesmo... "mas que cara-de-pau....". O doutor pensara isso....
Interrompi o riso dele com o que disse a seguir:  Ora bolas, porque isso já foi, já aconteceu. Assim sendo, a insistência prevalece. A contemporaneidade  não é mais a contemporaneidade, fazem 5 minutos.
"Este ano quero paz em meu coração...", convergi desde o início deste ano com senhores de mais de 68 anos, bati de frente com este fato. FATO. A sexualidade na terceira idade, feito a pedra de Drummond... E a pedra virou a pedra monolítica, apocalíptica, champo leônica...

Eu converso com os homens, e eles gostam. Porque eu os escuto.

Cheguei ao Colégio Freudiano de Curitiba (ano de 1998),  o lugar onde se encontrariam psicanalistas... E alguém me procurou na cozinha, o lugar onde se encontrariam cozinheiras... hahahaha. Eu ofereci um café a mãe de uma das crianças, paciente da Rita Marochi. Tomando o café, comigo, ela disse: "Eu acho que a Rita está louca..." (hahahahahaha< só o meu pensamento sorriu, não fiz alarde disto...). E por que? Perguntei eu aquela mãe. E ela disse: "Penso que estou falando sozinha...." .

O telefone na secretaria toca, a Rita Marochi sai correndo, de muletas, para atendê-lo...
(Eu não estou competindo com as demais.... fiquei parada, observando este esforço gratuito, só isso.)

RITA MAROCHI: Aquela que faz a transcrição dos seminários do doutor Velloso, psicanalista. Aquela que   é o braço direito dele, e AQUELA que traz do Paraguai as várias garrafinhas de uísque para ele beber. (O Velloso  abriu uma malinha e disse: está aqui oh, foi a Rita que me deu....).

Mas eu já era amiga do Velloso, e sabia que ele  não parava mais em pé. E eu o ajuntava  e o suspendia do chão, e o conduzia até o carro...  Célia, mulher do Velloso, chegava ao consultório à noite, e me dizia: "O que você está fazendo aqui ainda, Denise?!" E eu lhe respondia: "Ele é meu amigo. Quando ele sair eu saio, e se ele ficar, eu fico."
Quanto ao problema de vocês dois, resolvam em casa.

SE O AMOR ACABAR. Outra a realidade invejada. A vida comum com o teor de exaustão, de frustração,   de manipulação dos sujeitos.
Eu escuto: "Penso que estou falando sozinha."  Eu ESCUTO. Palavras ditas e prontas para serem tingidas de impulso. Não são palavras, são a VIDA destas pessoas. Qualquer impulso a mais ou a menos, atropelo.
Se no ato da fala não houvesse esse SENTIDO, possivelmente não haveriam escansões, risos, pausa, silêncio, o corpo mesmo daquele que fala. DIREÇÃO E PROCURA.

O ACABAMENTO DA ESCUTA. O que você tem a me dizer sobre isto?!  

No meio do caminho, havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho  havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho. 















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