A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (02) - DENISE FRANÇA
Curitiba, 14 de junho de 2012.
"ENSAIO DE LUZES": TEXTO DEDICADO AO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE.
SEGUNDA INSPIRAÇÃO: PÚRPURA
Na mesa onde jantávamos, não haviam rosas, arranjo de espécies. Havia outrossim, a palha em artesanato, o trançado. Reconhecemos que a capacidade humana em usar as mãos para criar, transforma a percepção do mundo em espaços organizados, segundo uma lógica própria, totalmente compreensível.
Gikovate pagou a conta,caminhamos até a porta, ao abri-la ele inseriu seu paletó em minhas costas, estava frio lá fora.... Neste momento, ele meditou sobre o abandono nas ruas, o humano perdido.
Resolvemos andar juntos. As luzes e a noite nos convidavam a esta caminhada. Não haviam e nem queríamos falar sobre muitas coisas, simplesmente apreciar aquilo que nos era dado e filtrado através deste recurso essencial, a presença de um ao lado do outro.
A presença de um ao lado do outro não nos alienava da solidão, e do real. Antes, era uma partilha em comum, o de ser e estar a sós. Chegamos até um viaduto, paramos, resolvemos olhar os carros, o tráfego de tudo, o vento se insinuava em meus cabelos, e ele delicadamente, afastava dos meus olhos o excesso, enquanto olhava minha testa, e perguntava se estava bem assim...
Encostei minha cabeça em seu ombro, estava muito bem assim, o prazer de sua companhia, GIKOVATE. Mas eu não disse isso a ele, porque ele pressentia o gesto seguinte, como pressentia que poderíamos rir de qualquer coisa, ou então, chorar sobretudo.
Calçar a vida de significado, remediar o provisório, sentir o prazer de uma vitória. São as flores do bem, e a nobreza do espírito, sem o conformismo, ou a hipocrisia.
Escutava tudo isso vindo dele, no silêncio são paulino. Aquilo que reconhecíamos de um modo concreto, movimentava a emoção que agora atingia em cheio a cidade gratuita dentro de nós mesmos.
"ENSAIO DE LUZES": TEXTO DEDICADO AO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE.
SEGUNDA INSPIRAÇÃO: PÚRPURA
Na mesa onde jantávamos, não haviam rosas, arranjo de espécies. Havia outrossim, a palha em artesanato, o trançado. Reconhecemos que a capacidade humana em usar as mãos para criar, transforma a percepção do mundo em espaços organizados, segundo uma lógica própria, totalmente compreensível.
Gikovate pagou a conta,caminhamos até a porta, ao abri-la ele inseriu seu paletó em minhas costas, estava frio lá fora.... Neste momento, ele meditou sobre o abandono nas ruas, o humano perdido.
Resolvemos andar juntos. As luzes e a noite nos convidavam a esta caminhada. Não haviam e nem queríamos falar sobre muitas coisas, simplesmente apreciar aquilo que nos era dado e filtrado através deste recurso essencial, a presença de um ao lado do outro.
A presença de um ao lado do outro não nos alienava da solidão, e do real. Antes, era uma partilha em comum, o de ser e estar a sós. Chegamos até um viaduto, paramos, resolvemos olhar os carros, o tráfego de tudo, o vento se insinuava em meus cabelos, e ele delicadamente, afastava dos meus olhos o excesso, enquanto olhava minha testa, e perguntava se estava bem assim...
Encostei minha cabeça em seu ombro, estava muito bem assim, o prazer de sua companhia, GIKOVATE. Mas eu não disse isso a ele, porque ele pressentia o gesto seguinte, como pressentia que poderíamos rir de qualquer coisa, ou então, chorar sobretudo.
Calçar a vida de significado, remediar o provisório, sentir o prazer de uma vitória. São as flores do bem, e a nobreza do espírito, sem o conformismo, ou a hipocrisia.
Escutava tudo isso vindo dele, no silêncio são paulino. Aquilo que reconhecíamos de um modo concreto, movimentava a emoção que agora atingia em cheio a cidade gratuita dentro de nós mesmos.
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