A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (07) - DENISE FRANÇA

Curitiba, 17 de junho de 2012.

"ENSAIO DE LUZES" (FICÇÃO): TEXTO DEDICADO AO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE

INSPIRAÇÃO SÉTIMA: GELO

 Nunca parei de amá-lo, porque não posso. Eu não paro de amar. Sem amparo nenhum sempre sigo em frente, deixando a estrada livre de pedágios ou propriedades. Nada é meu. E eu não sou aquilo que chega, nem o que repasso...
Não é possível  criar a estrada sem o chão, e a poeira, o suor, a sede, a beirada  da estrada. Por que abriria aqui a figura de tudo o que já foi dito, observado e respondido por GIKOVATE?!
Simplesmente porque existe neste vínculo da produção do  sentido, o  inusitado, o repente, esse trânsito que converge na escuta daquele que faz a leitura, daquele que ouve. Através dele, nesta travessia, eu também me revelo enquanto sujeito, e faço um acordo com este sentido que já está delimitado anteriormente.

A relação entre todos os signos, é oferecida. Desde o começo desta escrita, literatura, existe esta oferta preciosa do equívoco, porque também eu passei pela análise, não a do psicanalista, mas a minha análise. Já não são duas, senão uma única. Transcorro, posso concorrer para este lugar, mas resolvo transcorrer.

O gabarito das normas, e regras, se faz dentro de uma sociedade. As coisas são assim...  Funcionam assim... Imediatamente, prepara-se uma revolução, e as coisas param de funcionar, as máquinas são desligadas, e chega-se ao pânico declarado. O desespero do imediato equívoco elaborado pelo outro.
E é com isso que o humano precisa se haver. Precisa antecipar e descobrir suas próprias fórmulas.

Todas as vezes que escutei GIKOVATE,  ele dizia estas mesmas coisas, insistentemente, e repetidamente, em todos os cafés...  INSISTÊNCIA,  persistência, rigidez conceitual, meus queridos.... E as perguntas estavam ali, exatamente as mesmas, ou a claudicação das mesmas, e ele ali respondendo...

O BOTÃO DA FALA, aquele que floresce e é divulgado em cadeia nacional, em rádio, o botão da fala também se desliga. Desligamos o rádio, ou desligamos a internet, ou desligamos o supra-sumo de nós mesmos, desligamos.

Antenada, ligada, esta é a concorrência do nosso veto. Ou VETOR.

Qual é o meu motivo para te amar, assim, amado?! Bem-amado. A felicidade não é um bem que se mereça?!





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