A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (24) - DENISE FRANÇA

Curitiba, 08 de agosto de 2012.

"ENSAIO DE LUZES" (FICÇÃO): TEXTO DEDICADO AO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE.

INSPIRAÇÃO VIGÉSIMA QUARTA: VERDE

Acautelo-me quanto às fantasias que alguns homens desenvolvem em torno de uma mulher. Experimento saber que essas coisas se desenvolvem a partir de quase nada, sequer em razão do descobrimento da mulher. Ela aparece desnecessária como sujeito nesses casos. Quase absolutamente desimportante, o fluxo dessas fantasias acontece como no vai e vem das rodas.
Meus modos do prazer caminham em outros corrimãos. Nem brincadeira de azar e nem brincadeira de fogo, acontece absolutamente na sintonia deste ser concreto e material, o homem. O homem amado.
Digo inexoravelmente que o imaginário se desenvolve e transita no vácuo de um elemento distinto de todos os demais.

Ai querido, meu homem amado, escutar esse sax, essa batida rítmica do teu coração, e olhar teus olhos cheios de prazer e satisfação, ai querido, dá uma bobeira mesmo...
Namorar todas as tuas esquinas, seu lapso e colapso das lembranças, ai querido, e vem mansamente me ter, quando o querer te pede...
A memória de teu destino anda dentro de mim, escuto teu caminho, teus passos, a sobre-hora do tempo,
recebo tuas boas vindas, querido.

Seja sempre bem-vindo. A maturidade da vontade com que desejo você, caminha a par de nós dois, e anda nos ultrapassando. Por isso exatamente provo a saudade dos teus olhos escuros, teu sorriso, brinco ainda nas cócegas que provoco em teu corpo, na irreverência com que recebo todo o teu prazer. Quando penso em você, inevitavelmente resgato um pouco de mim. E este pouco de mim se encontra comigo assim, inusitadamente, como um trevo de quatro folhas, amor...
Querido...









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