É POSSÍVEL SE LIVRAR DA INVEJA - DENISE FRANÇA

Curitiba, 10 de setembro de 2012.

COMENTÁRIO A RESPEITO DO VÍDEO DO DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE: "É POSSÍVEL SE LIVRAR DA INVEJA?!"

Então, os comentários que faço sobre o trabalho do DOUTOR FLÁVIO GIKOVATE partem da minha vida, da convivência com as pessoas, daquilo que percebo, do que penso e sinto... enfim.

A inveja: na sexta-feira, a Catedral Metropolitana de Curitiba abriu suas portas novamente, estava sendo restaurada. Dia 08 foi realizada a Missa Solene em Homenagem a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira de Curitiba.  Fui assistir a missa e cantar, gosto muito de cantar em igrejas, aproveito muitíssimo a acústica das igrejas para projetar minha voz. E porque cantar para mim é uma outra forma de expressão...

Cheguei bem antes para achar um lugar e fiquei esperando, observando a Igreja, tirando fotos, tudo muito lindo....  Dali a uma meia hora, me chega uma das carolas de outra Igreja, a dos Capuchinhos... Essa senhora chegou acompanhada de sua irmã e imediatamente sentou-se a minha frente. Logo que vi aquela mulher, já pressenti, pois já tive um outro dissabor na Igreja dos Capuchinhos, desta senhora olhar para mim cantando, e jogar água benta e me chamar de demônio.... (hahahahahahahahahahahahahahahaha)....

Realmente isso aconteceu, meu povo. A minha voz causou esse transtorno nesta senhora.... hahahahaha.

E, fiquei ali, sentada, até a missa começar... Os quatro bancos anteriores ao que estava sentada, estavam reservados aos padres, com um papel escrito "reservado"... Logo que esta senhora sentou-se ali, se queixou  dos bancos estarem reservados, e pediu a sua irmã que retirasse os papeizinhos... A irmã dela catou os papéis, e colocou na bolsa... Eu assisti a tudo aquilo passiva, em silêncio, porque já conhecia esta mulher....

Durante a missa, eu cantei, aproveitando a acústica, cante e cantei e cantei... Tudo muito gostoso.... Já fui convidada para cantar no coral da Catedral Metropolitana, outras vezes... porque canto muito bem... As pessoas me cumprimentam no final da missa...

Primeiro, se canto porque quero aparecer??? Não, tenho isso bem resolvido em mim.... Uso a minha voz para várias finalidades e uma delas é a espiritual....  Saí do coral da Igreja dos Capuchinhos, porque a maestrina, que era soprano, tentava de várias formas cercear minha voz....Saí do coral mas continuei cantando ali, e em outros lugares.... Quando percebo A INVEJA transparente e nítida de algumas pessoas, eu simplesmente cedo o meu lugar a elas.... Porque o LUGAR é algo muito ilusório, e momentâneo: "tá aqui, vocês querem, peguem, fiquem com ele....".

Então, a missa na Catedral de Curitiba terminou, nos cumprimentamos, e ainda fiquei por alguns momentos de pé, tirando fotos... Como já era esperado, aquela senhora sentada a minha frente, levantou, passou por mim e disse:  " ESSA BRUXA, SÓ FALTA A VASSOURA....". E  foi embora.

Eu fiquei sorrindo.... hahahahahaaha. Fazer o quê...

Eu não sinto inveja das pessoas. Não não sinto. Administro a minha vida já há um longo tempo, e consigo filtrar um grande número de emoções e sentimentos, desde o princípio, a intensidade, de onde vem, como vem, em que direção, e porquê...

Isso faz parte da minha vida.... é o meu trabalho de vida.

O ser-humano  na medida em que vive, se depara com o seu próprio olhar, no olhar do outro, a vida do outro, aquilo que sua percepção capta acerca do exterior, do mundo... Infelizmente, a convivência humana rechaça muito  dos  SENTIMENTOS,  EMOÇÕES, nega, e recupera tudo isso de outra forma, passando por uma outra elaboração.

Já percebi isso várias vezes, na manifestação humana, em sua expressão. O sujeito nega o que sente, os sentimentos negativos, e diz que é o outro que está sentindo...  Coisas incríveis acontecem quanto a isso. Outras vezes, no caso das mulheres, as mães, tem uma secura e obsessão pelos filhos, tem filhos, às pencas, rechaçam as mulheres que não tem filhos, mas desenvolvem uma inveja subsequente destas mesmas mulheres...

E assim por diante.

Eu penso que isso tudo faz parte da humana gente.... Mas precisamos sair deste papel ativo e miserável e contemplar isso com um pouco de atenção, observar a nós próprios, que somos esse elemento humano, e ver como as coisas acontecem em nosso coração, nossa mente, para conseguirmos chegar a um SEGUNDO TEMPO, de elaboração, e a um TERCEIRO TEMPO, de antecipação destas emoções....

O pensamento, estive este final de semana na companhia de um amigo, de 72 anos de idade, da época do CEFET, foi professor, escritor, uma grande pessoa humana, e sempre que é possível tomamos um cafézinho e conversamos sobre a vida.... Neste domingo, falamos sobre isso: o pensamento, a elaboração deste pensamento. Disse a ele o seguinte: naquela época, Martins, o conhecimento tinha outra finalidade, e também tinha outra causa, as pessoas procuravam saber em razão de um ideal, não pelo status, e nem para alavancar as pessoas de seu caminho....
Ele concordou...

Absorver o raciocínio de uma pessoa, de um autor, de uma obra, verificar como aquilo se dá, o momento cultural, o momento histórico, a razão de ser, tudo isso é muito importante para o aluno... E conseguir depois disso, desenvolver um raciocínio próprio, elaborar um pensamento particular...

Como diria meu avô: parar para pensar....








UM SEGUNDO OLHAR SOBRE A MESMA COISA, ACONTECIMENTO, e mais o  SILÊNCIO, NOS APAZIGUA O CORAÇÃO, NOS ACALMA. Porque nós filtramos a emoção da outra pessoa, seja esta emoção manifesta ou não....

Outra coisa: em aglomerações que se formam em razão de algum acontecimento, pacífico ou não, SEMPRE PRECISAMOS ESTAR ATENTOS, PRA NÃO CAIR NESTA FORÇA DE EMPUXO.   
As pessoas juntas tem um grande poder de sugestionar os demais, mesmo sem a intenção.  

Todos olham para o mesmo fato, e ficam ali parados, as pessoas começam a chegar, umas conversam com outras, trocam observações, e de repente, um sujeito se manifesta agressivamente, e dirige uma intenção aquele momento, de imediato todos os demais começam a tomar partindo e entram nesta força de empuxo,   sem um pensamento elaborado sobre aquele acontecimento, sem ideia do que está se passando ali...

Os pensamentos que antes eram latentes, tornam-se atos.  O imediatismo, o impulso, a energia que o ambiente nos reserva, ou um grupo de pessoas, em si não tem nada de mal... O problema é que se nós não estamos acostumados a elaborar e observar nossos pensamentos e atitudes,  essa energia do ambiente, esta "força de empuxo" se liga a alguma coisa dentro de nós, uma ideia, um significado ali reservado, parado, comprimido, esquecido, latente,  e tende a se manifestar de forma inesperada e até agressiva.... 

O PRIMEIRO TEMPO, O SEGUNDO TEMPO, E O TERCEIRO TEMPO, são elementos que precisam ser desenvolvidos pelo sujeito  humano, num exercício diário... e incansável.







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