A COMPOSIÇÃO DO BEIJO (35) - DENISE FRANÇA

Curitiba, 07 de dezembro de 2012.

"ENSAIO DE LUZES" (FICÇÃO): TEXTO DEDICADO AO DOUTOR GIKOVATE.

INSPIRAÇÃO 35ª:   PRATA.


Meu amor, você vive em mim.... Hoje o céu está azul, e o verde da primavera fica ainda mais verde em contraposição ao azul.... A minha felicidade é tão grande, meu amor... Lembro do teu sorriso, dos nossos incansáveis beijos, do teu olhar acompanhando meu andar... O brilho do sol refletido nas águas do mar, todas as manhãs, as gaivotas descendo sobre a areia, atentas, responsáveis dentro desta composição de amor, formam outro espelho...
Todos os modos da vida se manifestam, coerentes com a tua presença  Sem exaustão, sem descanso, as mínimas coisas tornam-se essenciais umas as outras, em razão da diferença, em razão do tempo... O benefício de tudo,  o extrato e a essência... O cheiro da tua pele, o mais profundo dos teus olhos, cada nova possibilidade de enxergar e alcançar você...
Meu amor, você  vive em mim... Mesmo as lágrimas que brotam desta saudade desistem, caem ou se transformam... Para o nosso amor não há medo ou oposição que caiba, nos encontramos no pássaro que circunda nosso vôo.

E achamos sempre muitas metáforas capazes....

As vezes finjo que me esqueço de você, só para lembrar....

O seu tom de cortesia quando me encontrou outro dia, ao acaso, e brincou fingindo não me conhecer....  Isso me deixou profundamente excitada, não tive nenhum constrangimento em dizer... Olhei você com a mesma vontade de outrora, teus olhos me buscaram, me acusavam de desperta-lo... TOQUEI em seu ombro,  perguntei se havia melhorado... Percebi, você não se afastou, seus olhos brilharam e eu entendi a mensagem...

Signos que passam, trafegam... E logo tudo se fez presente, absolutamente entre nós, apesar de nós... Mais forte o que provocamos um ao outro, imantamos uma pedra, seguramos com as mãos um líquido que pertence a nossa aliança, simplesmente fazemos sentido e significamos nosso nome quando nos reencontramos, e todas as vezes é única a tua presença.

Nada igual a isso.



Uma breve e suave brisa aterrizou em mim. Olhei a cortina, parece que via a felicidade: através da janela não podia separar mais o amor de você.

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