CORTARAM O MEU PÉ-DE-LARANJA-LIMA - DENISE FRANÇA

Curitiba, 26 de abril de 2013.

Outra vez, entre tantas vezes, cortaram o meu pé-de-laranja-lima.... e eu chorei, chorei, chorei.....  Quando assisti o filme, me sensibilizei com a história do menino, porque era igualzinha a minha história...
Na minha vida, sempre se repete esse ato: necessidade de exercer a crueldade ou maldade, sobre a minha pessoa.   E todas as vezes eu me pergunto, sem resposta: Por que???

Gosto muito de Allan Kardec, e sua obra, respeito. Mas com pesar venho dizer: não, não cortaram o meu pé-de-laranja-lima outra vez como uma forma de purgação para os males que fiz em outra vida.... Não.

Não cometi males nesta vida, e muito menos em outra vida. Pertenço à vida desde sempre, a raiz da vida, ao bem, ao amor. Eu canto desde sempre a semente da vida, com gestos simples, eu colho, eu cato as pequenas pestes da grama, para que torne a florescer.... Tem sido assim a minha vida.

As  pessoas que me veem catando as pestes da grama, não entendem. Procuram atenuar a sua insatisfação perene em pequenos gestos de maldade, alfinetadas, e em atos mais declarados que representam a sua miserabilidade humana.

Vivem atormentadas e angustiadas, tentam roubar de mim aquilo que nasce e vive no coração humano. Não conseguem. E por isso, se tornam ainda mais ferrenhas e bizarras na maldade que executam.

Para amar, é preciso renunciar a muitas coisas, e principalmente a estes sentimentos mesquinhos e egoístas...   Miserabilidade humana. A minha vida não pertence a mim, pertence a Deus. E por isso mesmo, qualquer gesto de crueldade ou maldade, morre na minha epiderme, mas não habita a minha alma. Não cria raízes em mim, aquilo que procuram, tentando me machucar, tentando produzir na minha boca o fel que vive nas línguas e na saliva destes seres miseráveis...

Eu canto o amor, o romance, a vida, a infância, a brincadeira na rua de barro, a bola que pula, o chute a gol, o amigo oculto, o segredo, a esperança, e jamais vou deixar de cantar o canto que eu aprendi.

A miserabilidade destes seres o fazem cometer pequenos delitos, cheios e carregados de mesquinharia. Como furtar algo do qual faço uso, para me afetar, ou para tentar dessa forma, fazer parte da minha vida. O meu coração ele abre por dentro, não através da imposição ou da força. Não adianta.

Não adianta vestir uma blusa minha, na tentativa de se transfigurar na minha pessoa: impossível. Não existe outra igual a mim. E eu não preciso me servir no dia-dia de nenhum tipo de vilania ou mesquinharia....

Seres miseráveis e abissais que habitam as trevas... e por isso, precisam desses atos de crueldade como uma  espécie de vampirismo: se nutrem do mal.

A maldade não mora em mim, e nem encontra em mim qualquer espécie de suporte. Podem retirar tudo que está ao meu redor, usar minha roupas, usufruir dos objetos que utilizo, ler os livros que leio, andar em minha bicicleta, fechar ou colocar grades na janela para que eu não veja a luz do sol... Podem, fiquem à vontade para todas essas vilezas e crueldades, mas jamais serão o que eu sou, jamais viverão o que eu vivo, jamais farão parte do meu coração....

O meu coração pertence a Deus, a minha vida pertence a Deus, é pelo AMOR DELE que eu sigo em frente...




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