ABSOLUTAMENTE SELVAGEM - DENISE FRANÇA

ABSOLUTAMENTE SELVAGEM

OS RATOS DE NOSFERATU

Edgar Allan Pöe, isso faz lembraar os espelhos da memória. E, aquela imagem do filme "Nosferatu", de Werner Herzog. A escuna chegando, entrando pelo canal, cena que se compatibilizou com alguma coisa em minha memória. Uma das vicissitudes do AMOR, ou do ALMOR, porque vem da alma, ÃNIMA, é o espírito.
A face pálida, gélida, sem alma, que suga as veias da VIDA, sugerem um desonforto na origem do homem: o pecado que acompanha o prazer, a vergonha que acompanha o sabor, a realização no domínio de outrem que acompanha o GOZO.
Os poemas de Baudelaire, "AS FLORES DO MAL", os contos de Edgar Allan Pöe, e a obra de Herzog, trabalham esse sentido, este significado, a IMPOSTURA que contradiz a mecânica e o funcionamento puro e simples do homem em sua escravidão.
O que isso tem a ver com a DEMOCRACIA??? Depois do último voto ser contado, na virada, lembro que fui pobre.... Ai meu Deus, lembro que fui muito pobre. O candidato, extasiado, lembra que foi pobre...
Os ratos de Nosferatu, os roedores do sistema, lembram disso. Os discursos a serviço do povo, pela liberdade, contra a submissão humana, acabam, e a CENA se encerra nela mesma.... Os mesmos humanos, em sua contrapartida social, se transformam nisso, roedores do sistema.
Mas isso não é o horror da raça, muito pelo contrário. O horror é a hipocrisia, o moralismo absurdamente indulgente. O falso naõ anula a verdade. E o ódio naõ contraria o amor.
E a perversão na POLÍTICA, não são os políticos, são os políticos sem o povo, é a negociação, e não a impostura que seria a única possibilidade de realização do Discurso.
ABSOLUTAMENTE SELVAGEM, quer dizer isso, como no quadro de FITZCARRALDO, tambem de Herrzog, a impostura, que devolve um novo surgimento, um outro aparecimento.
Nas terras de ninguém, refulge o símbolo... contrariando a corrente.
EU SOU ABSOLUTAMENTE SELVAGEM.

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