AS ESTRELAS DO CÉU - DENISE FRANÇA

Curitiba, 10 de fevereiro de 2013.


Por acaso enxergamos aquilo que vemos?!

Talvez a gente enxergue apenas a nossa altura, ou a medida do homem.  Ou os nossos olhos não foram feitos para ver outras coisas. Coisas empegáveis, sem limites, sem fronteira.

O CARNAVAL, então chove, e as estrelas se retiraram, por um momento a avenida era só brilho, brilho de tudo, o brilho do POVO. 

EXALTAÇÃO.

Fiquei à margem, segurava em minhas mãos uma trágica parte de mim... Olhei para as luzes da avenida, o povo era a avenida, e chegavam no samba até o fim, e depois descansavam suas fantasias...

Eles atravessaram a avenida, vestidos de uma oportunidade, de um sonho, de uma espera, e volveram em um sorriso de vitória. 

Fiquei à margem, quieta, olhando, em silêncio, esperando que surgisse...  Voltei para casa, existe a necessidade que me aguarda, a outra vida precisa de mim, espera por mim....

De ontem pra hoje, ainda chove, alguém carregou sem o meu consentimento uma parte de mim...  Eu fui de encontro a isso, engraçado, emocionada por tão pouco, ou eu realmente sentia a pulsação do meu coração mais forte...

Andei, andei, todas as vezes eu sinto as areias do deserto, mesmo se chove, e se olho para trás, é como se tivesse dado adeus, e deixado o meu sentido por onde passei... 

Enxergo. 

Eu andei, o meu coração se chocou ao seu, inevitavelmente, porque a vida é assim, as palavras descansam, ou ficam suspensas, ou se tornam escudos colocados à frente em razão do desconhecimento que sempre chega antes, e o coração nos avisa à galope sua chegada, e vai alardeando as fronteiras, e causando essa estranha PRESENÇA da outra pessoa em nossas vidas. 

Isso beira ao AMOR, os penhascos íngremes da procura, lá em cima o vento nos aborda e declara a sua passagem... 

Precisamos então, deixar de entender, e nos reconciliar com o destino, e habitar este outro espaço que agora se torna concreto.  

ATRAVÉS DE MIM, VOCÊ PASSA....  


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