"É LEGÍTIMO LUTAR POR AMOR?" - DENISE FRANÇA

Curitiba, 25 de janeiro de 2013.

COMENTÁRIO a respeito do vídeo do Doutor Flávio Gikovate: É LEGÍTIMO LUTAR POR AMOR?"

Concordo com o Doutor em todos os sentidos....

Se o sujeito não aceita a decisão do outro de ir embora, romper, terminar o relacionamento, inevitavelmente se  utilizará de uma série de subterfúgios para reaver a relação... E se assim age, esses subterfúgios não serão justos, vai usar o que estiver a sua mão para conseguir retomar  a relação...

Esse tipo de conduta já descreve por sua própria natureza, uma relação de dependência emocional, e não maturidade afetiva... O sujeito que se utiliza de chantagem emocional, ou cobra atitudes no relacionamento a dois, cria um vínculo negativo, ou seja, endossa seu próprio endereço: VOCÊ É MEU!!!

Ninguém é de ninguém.... O amor que sentimos não nos dá nenhuma garantia de que a pessoa que está ao nosso lado vá estar ali sempre.... E é mesmo deste ponto, a partir deste ponto, liberdade de escolha, e aceitação de que o outro não nos pertence, que precisamos chegar, e para onde um relacionamento pode ir com mais saúde, mais qualidade de vida aos dois....

Amar melhor, significa para mim, não criar laços de dependência.... É um trabalho constante de renúncia, renúncia a este egoísmo primário e infantil, onde todo amor é calcado. Renúncia  à limitação do amor  à exclusividade própria, o que diminui toda possibilidade de vida e de liberdade humanas.

Eu sinto o amor da seguinte forma: o AMOR PASSA POR MIM, ME ATRAVESSA.... sinto o amor por esse homem, essa cota de afeto e essa disponibilidade de ama-lo me faz ir de encontro a ele, e conviver com esse homem...  Se a convivência for agradável e sustentável pode ir adiante anos a fio.... Do contrário, esse vínculo acaba. É desta forma que eu vejo. O sentimento, AMOR, não é propriedade minha, e muito menos a pessoa que me causa este sentimento....  

Se a pessoa resolve sair, ir embora: Vai. O AMOR continua existindo em mim, através de mim em direção a outras pessoas... Se a pessoa resolve ir embora, o AMOR NÃO ACABOU.... Acabou sim o vínculo afetivo. Existirá uma tristeza no início, mas essa tristeza deve e precisa estar implicada dentro da sua razão de ser, não devo e nem preciso estender esta tristeza a outras pessoas... Durará a tristeza o tempo necessário, e depois a vida continua....

A ilusão deve ser desfeita... E o sujeito precisa entender que o AMOR não é manipulável, eu coloco o amor aqui, e depois coloco ali, e depois não quero, e agora quero.... Devemos nos comprometer com o sentimento AMOR,  o quanto se faz presente em direção a alguém, mas a pessoa, o sujeito deve ser preservado, e deve ser assim PRESERVADO de todo nosso amor próprio, de onde provém o egoísmo, o ciúme, a inveja, a raiva, tudo aquilo que significa POSSE E RESTRIÇÃO À LIBERDADE DO OUTRO....

O AMOR NOS TORNA RESPONSÁVEIS PELA VIDA HUMANA, E NÃO O CONTRÁRIO!



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