ÁGUAS PASSADAS - DENISE FRANÇA

Curitiba, 16 de setembro de 2013.

O tempo passou.

Hoje, acabara de chegar à sala de aula, e dei uma olhada no celular. Inacreditavelmente, vi a mensagem de uma senhora: "Eu sou a esposa do Righetto. Li o que você escreveu sobre ele... e quero agradecer...".

Depois dessa mensagem, percebi que num prazo de dois meses, essa é a segunda mulher que vêm me agradecer numa razão igual: eu fui uma ex-amor do amor-atual delas....

Coisa de certa forma risível. Como conheço bem o ser-humano, sei que a intenção da mensagem leva consigo um outro código que todas nós, mulheres, conhecemos.

Conhecemos. Porém, o que me faz diferente das atuais esposas é justamente isto: não faço de homem nenhum, um escudo. Ex-cudo.

O tempo simplesmente se foi. Passou para todos nós. Cada um aproveitou como lhe foi possível, e só Deus sabe a intenção verdadeira de cada proveito.

O resto, é resto.

Aproveitando essa crônica, e esse acontecimento, novamente, me volto ao Teatro, e ao dramaturgo Nelson Rodrigues: "A vida como ela é".

A vida como ela é! 

Porém, contudo e portanto, segue a minha resposta à mensagem daquela senhora:

"O texto que escrevi falava do Investigador Righetto. Não do seu marido.... Porque eu não a conheço... Mas imagino que ele deve estar bem seguro em suas mãos....".

O problema da maioria das mulheres é esse: "Ele é meu!"

Eu me eximo dessa culpa, e digo: nada é meu. As pessoas passam por mim, não são propriedades minhas... E eu sigo, ao lado delas no tempo devido. E da mesma forma que aparecem em minha vida, podem ir embora, quando isto lhes apetece...


Assim eu sou, assim continuarei sendo....







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